sábado, 18 de outubro de 2008

A cintilante linguagem das crianças

Diálogo entre a Bia, minha mulher, e a Ana Clara, minha mais velha, de dois anos e três meses:

BIA - "Filha, a gente tem de se vestir para ir para a festa do dia dos pais".
CLARA, depois de refletir sobre a frase - "Mãe, eu tenho dois pais?"

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Do fundo do baú de novo

sMais um texto dos antigos. Um meio fora do meu estilo, mas é meu. Eu juro.

O DIA DA CAÇA

Aproveitou que tinha que pagar a casa no banco que ficava no shopping e resolveu passear. Entrou pela porta próximo à papelaria e, pasmo, se deu conta do quanto é amargo ao ver duas mulheres se espocando de rir, quase às lágrimas de cartões do Garfield para todas as ocasiões. Como poderiam rir daquilo? Tudo bem, vá lá que se ria de cartões engraçados, mas daquele jeito ao frouxo?! Aproximou-se para confirmar as suspeitas e confirmou: era amargo mesmo. Saiu da papelaria e olhou no relógio. Tinha que buscar a mulher na casa da mãe. Dela, lógico.

Passou em frente à Drugstore, uma drograria de importados, e percebeu uma gorda vomitando ódio e humilhação em cima da vendedora que tinha falado bruti, dissilabicamente e sem sotaque, para o desodorante Brut, que ela, a gorda, usava. Talvez o dela fosse bruti mesmo. Cheirou alguns perfumes franceses de 2a. linha (alternativos, para os politicamente corretos), imitações que traziam na caixa o nome dos imitados. Não perdeu a oportunidade de perfumar-se com as amostras até os cotovelos e saber que Eternally é o primo pobre do Eternity. Ao ver a cena, ele pensou em rir, mas lembrou que na infância usou calção Adibas para fazer educação física e mudou de idéia e de rumo.

Loja de discos. Parou e olhou o relógio: tinha que apanhar a mulher. Tinha tempo. “Pois não, posso ajudá-lo?”, perguntou a vendedora, mal sabendo que ele detestava ser cerceado em sua liberdade de olhar as coisas sem ninguém fungando em seu cangote, vendedor atrás de comissão, urubu atrás da carniça. Ignorou e disse, dispensando-a: “Só estou olhando”, frase clássica de quem detesta hienas sedentas por comissões. Percorreu as promoções, olhando CD a CD. Teco-teco-teco-truuuu. (puxa CD, puxa CD, puxa CD, empurra os CD’s de volta). Tinha uns a nove paus. Comprou três. Música clássica. Não gostava de música clássica, mas pelo menos engordara sua coleção de CD’s (o número de CD’s na coleção é um dos parâmetros do nível social entre os pequenos burgueses). Saiu, não sem antes dar uma olhadinha para vendedora com um ar triunfante de quem escolheu, pegou, pagou, enfim, fez tudo sozinho, sem ajuda.

Olhou o relógio. Tinha que recolher a esposa. Tinha tempo. Parou em frente à loja de calçados. Viu um doquissaide beleza. Viu também um vendedor vindo. Fuzilou: “Só estou olhando”. Viu o preço. Pensou no aparelho de ar-condicionado do quarto que precisava consertar e nas peças do carros para pagar. Esqueceu o doqui. Podia comprar um Le Chaval na Riachuelo, a prazo, ou um Caribu, hecho en Venezuela, nas Lojas Americanas, parcelado em dez vezes. Resolveu descer. A escada rolante estava subindo. Teve que andar até o outro lado para descer.

Parou na banca. Aproveitou que a mulher não estava ali (pois tinha que pegá-la em breve), olhou quem era a capa de Playboy, VIP, Sexy, Newsweek e Time. Tinha que disfarçar. Com elegância poliglota, lógico. Riu de revistas como Gula, para glutões, Fluir para garotões. Percebeu que uma gorda ria da Info, a revista sobre informática (seu hobby) que ele estava folheando. Era a gorda da drogaria. Sem perceberm, se vingara. Olhou o relógio. Tinha que catar a patroa. Desceu as escadas. A de descida não estava rolante. Resmungou algo e desceu. Um garotão riu e disse: “que coroa mais boko-moko, meu!”. Vingança dos garotões.

Fixou os olhos, como que encantado, num som PIONEER NSX HIGH POWER 2000 MPO WITH BBE. Na noite anterior tinha sonhado com um som assim. Tinha quase certeza que era um PIONEER NSX HIGH POWER 2000 MPO WITH BBE. Chegou tão perto do vidro que fez bafinho. Recuou. Lembrou das peças do carro. Tinha que continuar com seu CD player que, para abrir, precisa usar uma caneta para puxar a gaveta. Olhou o relógio. Tinha que pegar a esposa. Tinha tempo. Tinha que pagar a casa no banco. Fora ali para isso.

Entrou no banco, entrou na fila, entrou bem. Tinha um só caixa para uma fila de 25 pessoas fora os velhinhos e três caixas para os clientes especiais. Não se sentiu especial. Ficou deprimido. O cara da frente falou: “É um desrespeito!”, a mulher de trás (já havia gente atrás para seu consolo) disse: “Vou à gerência!”. “Isso!”, pensou, voltando-se para solidarizar-se com a mulher. Era a gorda. Passou a gostar da gorda. Começou a rolar um sentimento. Olhou o relógio. Tinha que buscar a esposa na casa da sogra com hora marcada. Já não tinha tanto tempo assim. “Próximo”, gritou a caixa, não lhe tratando nem um pouco como o próximo do preceito cristão. Pagou. Saiu. Mas antes, olhou um a um os que estavam na fila como quem dizia: “Fiquem aí que eu, o bom, já vou, galera!”. Apenas aquele momento perverso de que somos acometidos de vez em quando naquele sadismo de fila. Olhou o relógio. O tempo estava escasso. Tinha que pegar a esposa.

Ia entrar na livraria, lembrou-se do ar-condicionado. Deu meia-volta. Devia subir e pegar o carro no estacionamento. A única escada rolante que rolava agora estava descendo. Lusitanamente descendo. Resmungou algo e subiu. Olhou de novo a garota da capa, tranqüilo por saber que seu primo já tinha comprado. Ele, o primo, não perdia uma.

Olhou o relógio. Pensou em fazer um lanche. Uma coxinha e uma coca. Olhou o relógio. Pensou: “Não vai dar. Não vou deixar meu amorzinho esperando. Tenho consideração com minha general!”. Ficou orgulhoso do amor que nutria por sua cara-metade, por seu outro eu.

Caminhou para saída. Olhou o relógio. Tava quase na hora. Tinha que pegar a esposa. Abriu a porta do shopping. Entendeu, na pele, o conceito abstrato de choque térmico das aulas de química. O bafo quente de fora e frio polar de dentro brigavam numa pororoca invisível. Os óculos embaçaram. Ficou com medo que a boca entortasse, igual a do Ayrton Senna. O carro estava mais quente que o sol no verão. Suou. Ligou o ar-condicionado do carro. Mas não gelou. Estava sem gás. Tinha de escolher: ou dirigia ou dormia no friozinho. Preferiu dormir. Olhou o relógio. Estava na hora. Saiu do shopping.

Chegou na casa da sogra. Buzinou, assobiou o som característico (cada casal tem seu código assobiado). Ninguém. Surge Paula Toller, a empregada (ela nasceu na época do New Wave, daí o nome), que lhe vê e diz: “Ah, é senhor... Ela saiu agorinha, agorinha. Disse pro senhor esperar”. Lembrou da coxinha.

Esperou. Esperou. Esperou. E então, sem opção alguma, esperou ainda mais. A esposa, que ele tinha que apanhar, chegou. Abraçou-lhe o pescoço e beijou-lhe. Parou. Afastou-se. Perguntou: “De quem é esse perfume? E pra quem são esses CD’s de música clássica que eu sei que tu não gostas? Tu tens outra!!”, decretou. Partiu como uma louca para cima dele que, sem poder explicar, correu em direção ao carro. Quando estava a caminho, com a esposa, a mãe, o pequinês neurótico, todos correndo atrás e latindo, ouviu o barulho de um carro batendo em outro. “Só pode ser no meu!”, pensou para completar. Era. A motorista da Brasília 79 perdera a direção e entrara no dele. Literal e metaforicamente. Parecia machucada. Que dia! Ainda teve que socorrer a gorda.

20 de dezembro de 2003

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Dia dos professores ainda...

Hoje comemoramos o dia dos professores no Centro de Estudos de Línguas - CEL -, da Universidade do Amazonas, coordenado por mim. Foi muito bom sentir o astral dos professores do Centro, formado em sua maioria por alunos dos cursos de Letras/Línguas Estrangeiras. Que essa moçada aprenda a curtir as belezas da profissão para melhor lidar com os seus reveses. Tivemos um almoço e um momento de descontração com a entrega de uma lembrança do Projeto para cada um. Na foto, uma turma em plena aula. Valeu, gente boa!

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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Do fundo do baú

Estou revisitando alguns textos antigos. Este, escrito em julho de 2002, fala como amor e educação são parecidos. Espero que gostem.

Amor e Educação: dimensões compartilhadas

Durante um curso chamado “Educação, Comunicação e Tecnologia”, a turma e eu levantamos alguns temas que são sempre recorrentes quando se discute educação. Foram seis temas que iam e vinham durante o curso. O interessante da coisa toda : esses temas ou dimensões, me parece, podem ser considerados também no âmbito do amor.

É interessante notar como o processo educacional, cheio de apaixonantes momentos, pode nos ensinar a pensar no amor e nas paixões, responsáveis pela educação de nosso coração para a vida. Ou talvez seja o contrário: as paixões e o amor nos ajudam a entender algumas dimensões envolvidas no processo pedagógico. Bom, na verdade há uma certa sobreposição entre o processo educacional e o processamento afetivo. Se você é professor e amou intensamente entenderá esse texto mais facilmente. Mas vou tentar explicar melhor a idéia e ofereço essa explicação a meus alunos e aos meus amores pelas partes que lhes cabem.

O primeiro item é o planejamento. Em qualquer situação o planejamento é essencial. Concordamos que o planejamento deve ser flexível a ponto de poder responder e adequar-se às demandas contingentes, ao não previsto. Não se pode desconsiderar o dinamismo envolvido na questão. Concordamos igualmente quesituações em que nós até não planejamos e as coisas fluem muito bem, mas que esses casos são exceção à regra. São casos. São casos.

Assim, manter um planejamento rígido e fixo, sem abertura para as contingências, pode levar à atrofia pedagógica. Ou ao engasgo amoroso. Para poder planejar, no entanto, é preciso definir alguns parâmetros a respeito do que se quer enquanto professor, sobre o que se pretende de nossos alunos, sobre o que se entende por educação. E também sobre o amor, a relação e as expectativas em comum. Nada rígido. Bem, quase nada... São somente princípios. Princípios que nortearão nossas atitudes político-pedagógicas e, claro, afetivas.

Definir parâmetros e postular princípios são ações que ajudam a nos colocar no rumo norte. Aliás, decidir se queremos o rumo norte faz parte também desse próprio processo de definição. É preciso decidir sempre. A decisão é tão constitutiva de nossas vidas que esquecemos que a exercemos 24 horas por dia. Que horas acordar? O que tomar no café? Que roupa vestir? O quero fazer com minha sala de aula? Corto ou não corto o cabelo? O que meu aluno deseja? Qual perfume uso? Qual meu conceito de educação? Ligo ou não ligo para ela? Decisões. Políticas e pedagógicas na escola. Afetivas e sentimentais no amor. Decidir, no entanto, envolve não aceitar decisões prontas e postas por outros, decisões mcdonaldizadas, por assim dizer. É necessário ter uma certa incredulidade em relação ao que vem pronto. E isso, de pronto, nos leva ao terceiro ponto.

O problema de qualquer receita é que ela esquece a singularidade. A receita é uma grande abstração totalizante. É uma metanarrativa que se como sendo capaz de explicar e dar conta de todas as situações. Se funcionou ali, que garantias teremos quefuncionar aqui? Até porqueaqui” e “alisão palavras diferentes, como também são diferentes os contextos de implementação. Tudo bem que há similaridades que podem ser utilizadas como parâmetros, generalizações que podem ser úteis naquela hora de cima em que é preciso definir algumas cositas. Mas é preciso ser antropofágico (no sentido modernista) com as idéias externas: comê-las, degluti-las e reinventá-las, expurgando o que pode ser nocivo. Não é porque todo mundo faz assim que eu tenho que fazer também. Não deve haver essa relação direta, simplista e simplória. Posso até fazer o que os outros estão fazendo, mas me permita conhecer primeiro para eu poder então avaliar e decidir se dá, se rola. Por isso falo de incredulidade e não de ceticismo. Enquanto a primeiro permite a dúvida, o segundo abdica de perguntar. Há uma diferença enorme. Que relação pedagógica se sustenta sem o exercício da dúvida permanente? Que relação afetiva se sustenta na crença de uma certeza absoluta? Ambas são, a meu ver, meros jogos de faz-de-conta que mais cedo ou mais tarde arrebentam e nos arrebentam , enquanto educadores e enquanto amantes. É imperativo duvidar permanentemente. E antropofagizar as receitas alheias. Para isso, temos de ter instrumental, ter as ferramentas que nos permitam melhor trabalhar o real.

Sem instrumentos e conhecimento nem o melhor dos médico salva vidas. Só se ele for o McGyver (pesquisem, jovens!). Como poderá um professor planejar e tomar decisões, ser incrédulo aos dados que alguém lhe impõem, duvidar da dadidade de um dado, sem que ele conheça minimamente os fatos com os quais lida, sem que tenha qualificação profissional? Como pode alguém que ama decidir o que quer (baseado em expectativas e planos) e não aceitar modelos de amores, como as cartas dos livros da Ediouro, sem que tenha amado e vivido intensamente amores, novos e diferentes? A qualificação continuada do profissional da educação é imprescindível para a educação. É necessário começar do zero, sem experiência, de certo, como em todo começo. Mas é igualmente preciso buscar mais e não parar nunca, como as águas do Rio Negro que correm incansáveis. Amar é imprescindível para o amor. Nãopara parar . Mais do que perder o bonde da história, quando paramos somos atropelados por ele. É através da qualificação e do amor contínuo e continuado que se acessa a informação sobre o fenômeno imediato e se pode decidir que informação é ou não significativa para nosso aluno. Ou para nossa vida afetiva.

Qualificar a informação se apresenta, assim, como o quinto ponto. A escola não se sustenta mais no paradigma da transmissão de informação. Informação aos montes, flanando sobre nossas cabeças. Basta esticar a mão e pegar. A questão agora é aprender a processar essas informações soltas, interligá-las, achar o movimento de relação e produzir informações novas. Dessa forma, da reprodução se passa à produção. Esse agir sobre a informação é complementar ao qualificar. E é, sem dúvida, um agir sempre provisório, que deve ser sempre renovado, tendo em vista a citada dinâmica dos fatos sociais e afetivos. Se parar a informação, o fato, no tempo e no espaço, ela fatalmente caducará, ficará chata e obsoleta. Tornar-se-á anacrônica, dispensável e não-significativa. Se se perder o tempo certo, o timing desse ajuste permanentemente necessário, se perde irreversivelmente o fato enquanto objeto de prazer, enquanto elemento constitutivo de qualquer relação. Pedagógica ou afetiva. é preciso renascer, pois se se perde o prazer é preciso reconhecer que haverá um luto a ser curtido, para que haja nova gênese.

E é o prazer a última de nossas dimensões. Nossa escola está carente de prazer, de paixão. Nosso aluno vai arrastado para a sala de aula, pois não absolutamente nenhuma significação no ato de estar em um lugar que não lhe proporciona desejo. O simples desejo de estar ali e fazer parte. O prazer de problematizar suas questões fica quase sempre de fora. E sem prazer nãogozo, sem gozo nãorealização subjetiva, dizia o velho Freud.

Nós, professores, fazemos questão muitas vezes de funcionar como castradores do prazer daqueles que deveríamos seduzir, fazer delirar a ponto de caírem extasiados, suspirando em falsete, sem fôlego e com arfadas, clamando por água ou qualquer líquido que lhes minimize a hipoglicemia causada pelo esforço da prática do gozo gozado. Que relação sobrevive sem se querer estar por perto física ou mentalmente? Mais além: que relação se sustenta sem que haja a vontade de querer se sentir incluído, dentro mesmo da relação, vivê-la intensamente? Que relação pode ser produtiva e significativa quando a indiferença impera, quando a razão de ser e estar fenece? O aluno evadido é um sintoma de falha na missão do prazer contínuo. O amor evadido também.

Resumindo: devemos planejar de forma plástica e flexível. Essa flexibilidade, no entanto, deverá levar em conta (porque nunca dará conta) os limites estabelecidos nos princípios e parâmetros valorativos, filosóficos ou afetivos que regem a situação. É preciso ter cuidado para não tensioná-los a ponto de uma ruptura irreversível, que force um recomeço, num desperdício de investimento seja de que natureza for. Para isso se faz necessário ter acesso às informações. de posse delas, no momento certo, os agentes do jogo (pedagógico ou amoroso) podem redimensionar a situação, agindo sobre essa informação. Se houver a possibilidade da ação, certamente haverá a produção de informações novas, haverá a feitura de situações não pensadas antes, que podem até surpreender seus próprios agentes e adjacentes. Mas tudo isso não vale nada se se perder o timing ou se não houver mais prazer compartilhado. O prazer é duplo. Tem de ser duplo. Em sendo individual, o outro se vai, se esvai. Revolta-se e não volta.

É essa a complexidade da educação. É essa a singularidade do amor. Elas não são atividades para os biqueiros, mas para profissionais, para aqueles que têm no sangue a paixão que move, que desloca, que movimenta.

Caso você tenha um problema em sua sala de aula ou em um relacionamento afetivo, procure os sintomas, verifique, indague. Muito provavelmente uma dessas dimensões está capenga, está falhando e pode num piscar de olhos botar tudo a perder. O diagnóstico tem de ser rápido e preciso, como os dedos ao piano em uma peça de Bach. Cazuzamente, o tempo não pára. Ele é inquieto. As coisas correm. E nos deixam para trás. Não se pode perder a noção de que tudo isso está interligado. Que o menor movimento em uma dessas questões afeta seu todo. Elas são solidárias entre si.

E finalizo, então, trazendo o princípio de solidariedade proposto por Che Guevara, que endureceu, mas sabiamente jamais perdeu a ternura: “Toda lágrima que se derramar no mundo também é minha lágrima; toda ferida que esteja num corpo qualquer, no mais longínquo continente, está na minha pele e toda opressão que uma pessoa humana, na última caverna do mundo, possa sofrer é minha opressão”. Assim é a teia que une as dimensões pedagógicas. Assim é a tessitura das dimensões afetivas. Nãopara segmentar sem ensangüentar. Simplesmente não dá.


08 de julho de 2002

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Filha de peixe...

...peixinha é. Olhem como a minha filha mais nova, a Marina, já está falando inglês legal. O vídeo foi feito pelo padrinho dela, meu irmão Paulinho Kokay.


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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Dia dos Professores

Dentre as certezas que tenho na vida estão o amor incondicional pelos meus, o dever inalienável de ser feliz e a certeza de que estou na profissão certa. Escrevi este texto sobre professores tempos atrás e agora compartilho com vocês:

PROFESSOR: LUTHIER DE GENTE

Um luthier é um alguém especializado na feitura artesanal de instrumentos de corda, como o violino. O termo luthieria designa a arte da construção de instrumentos.

Aprendi a palavra em uma revista e imediatamente veio a analogia. Assim como há empresas que produzem instrumentos em escala comercial e há luthiers que fazem da construção artesanal de cada item um prazer, há professores que concorrem para a fabricação em série de alunos e há outros que são verdadeiros luthiers de cidadãos.

Da mesma forma que as empresas buscam a qualidade total e a certificação da perfeição nos seus inúmeros ISOs, alguns professores também crêem que só podem educar se tiverem as condições finlandesas de trabalho. Tudo a favor da busca pelo ideal, pois sem horizontes o sonho nem nasce.

Mas enquanto se caminha para o ideal intangível em curto prazo, não podemos nos imobilizar sob o risco de deixar nossos alunos sem direito à educação significativa. Os professores que só se dispõem a descruzar os braços e fazer diferença nas condições ideais são professores ISO.

Por outro lado, há uma boa parcela de professores que não faz das dificuldades cotidianas justificativas para um imobilismo que desconsidera o aluno que vai à escola em busca de um ensino significativo. São profissionais e como tais cuidam de seus alunos com o carinho com que os luthiers recebem a madeira para transformá-la em violino em seus ateliês, às vezes sem as condições ideais de trabalho. E seu trabalho é uma arte. Consideram cada aluno uma peça única, um ser humano fora de série e não produzido em série. Exatamente por ter a dimensão de seu trabalho de luthier de gente, esses professores são críticos, sem cair na falácia da crítica pela crítica. Criticam o desgosto do mundo, a fealdade da alma, sem se eximir, por causa dessa tarefa, de sua função de luthier de gente. O luthier acredita que sua mão faz diferença e por fazer a diferença zela pelos seus movimentos e evita os bruscos. Sabe que basta um descuido e lá se vai a peça única.

A identificação do professor com o ISO ou com o luthier depende de seu compromisso. Compromisso com a criança e com a profissão que escolheu ou que o escolheu. Na escola de hoje, por ser a escola da heterogeneidade e das diferenças, cada aluno é único (daí a palavra “indivíduo”), com sua história, sua subjetividade. Para sermos intelectualmente honestos, a escola que temos ainda é diferente da que queremos em vários aspectos. No entanto, para que possamos diminuir o fosso entre a escola que temos e aquela que queremos faz-se preciso caminhar nos limites das possibilidades da escola que temos, sem perder de vista o prazer de fazer das nossas mãos instrumentos de construção de sujeitos, de cidadãos melhores. A escola é ateliê para luthiers, não uma fábrica para peões pedagógicos.

Vieram à mente as palavras de Rubem Alves. A escola é a morada para educadores-jequitibás e não para professores-eucaliptos. Eucaliptos dão aos montes, mas não têm consistência. Já o jequitibá leva anos para ser o que é, imponente, consistente. Parabéns ao professores pelo seu dia. Que tenhamos cada vez mais luthiers de gente ampliando a floresta dos jequitibás da educação.

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Serafim na UFAM

O prefeito de Manaus e candidato à reeleição, Serafim Corrêa, esteve hoje pela manhã na Universidade Federal do Amazonas. A ida do prefeito à Universidade se deu para participar de um encontro com a comunidade universitária para a apresentação e discussão de suas propostas para a cidade. No debate, mediado por mim, Serafim respondeu a perguntas feita por professores e alunos da UFAM sobre educação, saúde, trânsito, transporte coletivo, geração de emprego e política.

Um dos compromissos firmados pelo prefeito foi o de transformar o Processo Seletivo para Diretores de Escola - Prosed -, que alterou a forma de escolha de diretores da indicação política para o mérito acadêmico - em lei. Hoje o Processo Seletivo é regido por um Decreto Municipal. Serafim também comentou o nível da campanha eleitoral no horário gratuito, lamentando a falta de propositividade de seu adversário, o ex-governador Amazonino Mendes.

Na próxima quarta-feira, 22, no mesmo Instituto de Ciências Humanas e Letras, às 9:00h, será a vez do candidato Amazonino Mendes conversar com a comunidade universitária. O convite já foi feito ao Comitê de Campanha de Amazonino, mas ainda não havia sido respondido até ontem.

Mesmo com a voz meio prejudicada, valeu o evento. Nas fotos, eu e o Sarafa.

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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Afônico

Não posso falar nada. Estou afônico.

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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Clássicos da infância

Esse episódio de desenho animado é um clássico da infância. Rever o Sapo Cantor foi como voltar no tempo. Vale a pena. "Hello, my babe! Hello, my darling!". Impagável...

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domingo, 12 de outubro de 2008

Dia das Crianças em São Sebastião

Fui curtir um pouco o dia das crianças com a família na Praça São Sebastião. Estava movimentada e cheia de gente. Na foto, Bia e Clara e Nina e Vó Gracia. No fundo, o Palácio da Justiça. Na outra foto, o Teatro Amazonas, em foto artistística do fotógrafo que vos escreve. Ficou tão legal que estou usando como wallpaper.
Ser criança é tecer memórias para o mundo futuro. Que as minhas filhas tenham belas memórias dessas épocas de hoje.
Lembrei-me do religioso sorvete na Vila, aos domingos. Pãe e mãe colocavam os quatros (a Lu não existia) no fusca e lá íamos saborear o sorvete e a infância. O meu era sempre de côco. E o da Paula de tapioca. Doces tempos.

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Serafim na UFAM

Quarta-feira, 15, o prefeito Serafim Corrêa estará na UFAM para uma conversa com a comunidade universitária. Sarafa é candidato a reeleição e, como tal, se dispôs ir ao encontro. Fui escolhido para ser o mediador da conversa. Na próxima quarta, 22, é a vez de Amazonino falar de suas propostas para a cidade. Amazonino ainda não confirmou, mas, pelo bem da democracia, espero que vá. Todo mundo convidado. Hall do ICHL, às 9:00h. Não é segredo para ninguém que meu candidato é Serafim, mas por ter sido escolhido como mediador, tentarei atuar como um magistrado. Igual ao governador Eduardo Braga no segundo turno...

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Domingo Resfenol

A gripe me pegou... Taí algo que me incomoda. É gripe e cortar cabelo, que eu acho uma perda de tempo terrível.

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