No Media Player: "Amado", Vanessa da Mata, de um beleza singela; "Across the Universe", Beatles, paixão antiga; "If I fell", Beatles de novo, o hino dos que têm medo de se apaixonar:
If I fell in love with you / Se eu me apaixonar por você
Would you promise to be true / Você jura ser sincera
And help me understand / E me ajudar a entender
´cause I´ve been in love before / Porque eu já me apaixonei antes
And I found that love was more / E descobri que o amor é mais
Than just holding hands / Do que simplesmente andar de mãos dadas
If I give my heart to you / Se eu der meu coração a você
I must be sure / Eu tenho de ter certeza
From the very start / Desde o começo
That you would love me more than her / Que você vai me amar mais do que ela
If I trust in you oh please / Se eu confiar em você, por favor,
Don´t run and hide´/ Não fuja e suma
If I love you too oh please / Se eu lhe amar também
Don´t hurt my pride like her / Não fira minha auto-estima
´cause I couldn´t stand the pain / Porque eu não suportaria a dor
And I would be sad if our new love was in vain / E eu ficaria triste se nosso amor fosse em vão
So I hope you see that I / Então espero que você perceba que eu
Would love to love you / Adoraria lhe amar
And that she will cry / E que ela vai chorar
When she learns we are two / Quando se der conta que nós somos um casal
If I fell in love with you / Se eu me apaixonar por você..
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Música sexta à noite...
Lista de desejos 2009
[Outro texto antigo (de 2005) adaptado para 2009, mas com votos tão sinceros quanto os da época. Feliz Ano Novo!]
“Sonho que se sonha só é sonho. Sonho que se sonha junto é realidade”.
Dom Helder Câmara
As festas de fim de ano estão dobrando o canto. “Canto” é esquina, para quem não fala Amazonês. Lá vêm elas, serelepes. O Natal com seus papais-noéis, saiuns-de-Manaus, suas luzinhas amarelas e suas inefáveis músicas de harpa. O comércio vibra com o seu melhor momento no ano. Todo mundo correndo atrás dos agrados e mimos. Shopping centers lotados. Amigos-secretos pululam nas repartições. Limite de dez reais, claro. O que vale é que ele venha cheio de boas intenções. Logo depois do Natal vem o novo Ano Novo, com seus brancos nas roupas, taças para o champagne do brinde e a uníssona contagem regressiva. Queima de fogos, lista de intenções.
Que em 2009 as pessoas amem mais e sofram menos por causa de outras. Que entendam que há sempre um caminho para felicidade, mesmo que o que as leve para lá não seja aquele trajeto tão cuidadosamente planejado. Que descubram, no novo e por vezes improvisado caminho, o riacho límpido que perderiam se não houvesse o desvio feito a contragosto. E que não destruam o caminho caminhado, pois foi ele que lhes trouxe até aqui.
Que em 2009 possamos dar continuidade ao trabalho que estamos desenvolvendo no nosso espaço profssional. Há uma sede desértica e uma fome de mudança africana por mudanças qualitativas na sociedade. Que possamos nos regozijar com uma esperada justiça social – regozijar também é uma palavra linda.
Que em 2009 quem se perdeu se ache. Quem se achar, se curta. Quem se curtir, que sonhe. Que use como barômetro da vida não as pequeninas coisas do dia-a-dia, as más e mesquinhas, mas as pequeninas coisas do dia-a-dia, as boas e agradáveis. Que, assim, nosso bem-querer e nossa disposição em viver nossa vida, única e nossa, beijem a boca e despertem do sono a Pollyana bela e adormecida que existe em cada um de nós. Robertocarlianamente, é preciso saber viver. Sonhar não custa nada, frase trivial e tão verdadeira. É da trivialidade que surgem os geniais insights. Devemos olhar com cuidado o comum que nos cerca, pois ele guarda surpresas inimagináveis e mudanças de vida impensáveis.
Que em 2009 as inevitáveis lágrimas que rolarem em nossas faces sirvam para enxágüe da alma. Que sirvam para limpar os olhos dos travos de amargura que porventura tenham tocado a boca de nosso espírito. Que as lágrimas vertidas sirvam para regar o verde do jardim de nossa alma, por vezes cinzentas. A dor é o maior aprendizado do ser humano. Sempre haverá algo a doer. Quanto mais cedo reagimos e aprendemos a domesticá-la, mais cedo creio que seremos mais serenos e lépidos diante das drummondianas pedras no meio do caminho.
Que em 2009 novas pessoas especiais surjam em nossas vidas. A cada ano, acredito, um bom punhado delas é colocado a dedo no traçado de nossa existência com alguma missão que só muito mais tarde descobriremos. Ou não. Pessoas que simples e profundamente nos fazem bem. Pessoas cujo simples cruzar de olhar já dá um tom especial à melodia do nosso dia até então desafinado. Pessoas que fazem o coração jovializar surpreso e agradado ao vê-las inesperadamente e que levam esse mesmo coração a esperar ansioso pelo próximo encontro. Pessoas que atrasam nossas programações mais mundanas por conta de suas inestimáveis companhias, quase divinas. Pessoas especiais a quem nossa linguagem chama autonomamente de amigas, independente do tempo de convívio. Pessoas como essa em quem você está pensando agora.
Que em 2009 aquele velho projeto secreto tenha sua vez. Ele sempre esperou quietinho por ela. Chegou a hora. Desengavete-o!
Meu último mas nem por isso menos importante desejo é o de que em 2009 minha lista de desejos tenha apenas uma frase: um 2010 igual a 2009: feliz. Aliás, feliz é uma palavra muito linda.
Sérgio Freire
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Vamos pecar em 2009!
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Acabei d ler: "Para Francisco", de Cristiana Guerra.
Comprei o livro por acaso na Siciliano de Jundiaí. Às vezes invoco com um livro e compro. Em dois dias, li tudo. A cada página ficava embargado pela doce e verdadeira escrita de Cristiana. Minha melhor leitura de 2008, junto com "O Código da Vida", de Saulo Ramos.
Para o filho que não conheceu pessoalmente o pai, Cristiana escreve. Começou em um blog, o Para Franscisco. Agora, chega às prateleiras de livrarias. A história da publicitária mineira parece filme: quando estava grávida de sete meses, perdeu o namorado --o coração dele parou de repente. No meio do caminho, ficaram lembranças, expectativas e saudades. Para agüentar a dor da perda do amor da sua vida e entender a alegria pela chegada do outro amor da sua vida, começou a escrever.
O blog Para Francisco nasceu em julho de 2007, dois anos após o início do namoro de Cris e Gui, um ano depois da descoberta da gravidez, seis meses depois da morte dele e quatro meses após o nascimento do bebê. Os textos, escritos em forma de diário, logo ganharam repercussão --o blog recebe cerca de 2.000 visitas por dia."Eu queria falar para o Francisco, mas também queria falar comigo mesma. Queria falar sobre o pai dele, sobre mim, sobre o que eu tinha vivido e sobre o que eu sentia. Eu já tinha perdido mãe e pai e sabia que, por uma questão de sobrevivência, as lembranças frescas do Gui iriam me fugir. Achei injusto, com o Francisco e comigo, que as lembranças se perdessem com o tempo, e o blog se tornou um compromisso diário, constante", afirmou Cristiana em entrevista à Folha de São Paulo.
As 192 páginas do livro são compostas principalmente de textos do blog. Há, também, e-mails trocados entre o casal, mais de 20 textos inéditos --esboços que não tinham virado post-- e uma carta para Guilherme, "escrita de uma vez só".
Um belo livro que recomendo de presente àqueles que querem repensar a palavra família. Virei frequentador assíduo do blog.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Música na terça à noite...
No Media Player: Ain't no sunshine when she's gone, Lighthouse Family, título auto-explicativo; Cálice, Chico Buarque e Milton Nascimento. Eu tinha uns doze anos; Há tempos, Legião Urbana, "disciplina é liberdade". É mesmo; Comfortably numb, Pink Floyd, roubaram meu CD do The Wall, mas essa música me faz ficar confortavelmente dormente; Bandolins, Oswaldo Montenegro. Fez sucesso no ano em que fui campeão amazonense de futebol de mesa. Finalizo com Na sombra de uma árvore, Hyldon. Um convite sempre em aberto.
Leia Mais…segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Dois graus à esquerda
Um formigueiro de pessoas correndo para comprar presentes para os seus, estacionamentos apinhados, lojas cheias de gente e de filas. Vendedores no seu limite, mães zanzando pressurosas, pais as seguindo com sacos na mão, literal e metaforicamente. Madrinhas disputando a última Miracle Baby a tapa, mulheres pequenas carregando nas costas motos elétricas que não caberão na mala do carro. É ou não é um retrato do Natal?
Como passei dos quarenta, já aprendi que todas as coisas têm mais de um sentido sempre. Basta se deslocar dois graus à esquerda e o ponto de vista muda a vista do ponto. Como eu me desloquei e pude ver o retrato de Natal de outro ângulo? O presente que minha filha Clara, de dois anos e meio, vem pedindo desde que os primeiros acordes de Jingles Bells começaram a tocar acabou em Campinas, onde estou para as festas com a família da Bi. Liga daqui, liga para lá, espera no telefone. Nada. Mil lojas de brinquedos e nenhuma imaginou que o caixa de supermercado das Superpoderosas iria bombar. Moral da história: viajei 100 km ida-e-volta até Jundiaí para cumprir o que Papai Noel prometera. Você, leitor, não tem idéia do prazer que eu tive ao por as mãos na caixa e ver aquelas meninas olhudinhas rindo para mim. Eu me senti criança de novo. A vendedora perguntou se era para mim.
Comprar presente para ver a alegria do filho, da mãe, do pai ou do irmão é motivação mais do que suficiente. Mas é isso que deve mover a compra: a alegria pelo e do outro. O mundo tem de ficar melhor no Natal. Não vale fazer igual a uma mulher que xingou a moça do caixa da loja de brinquedos porque ela, em vez de lançar a compra no crédito, lançou no débito. A mocinha ficou com olhos cheios d’água. Esse presente não vale. Ele serviu para humilhar,diminuir, deixar o mundo mais amargo. Não rola fazer as coisas se não forem motivadas pelo amor, pelo afeto. Tudo bem, leitor, pode dizer que estou meloso porque estou mesmo. Natal me deixa assim. Luzes piscantes e músicas de harpas servem para me lembrar que Natal é nascimento e que, portanto, é época de fazer nascer um outro eu, melhor e que alegre o mundo cinza.
Proponho o exercício da troca neste Natal. Troquemos presentes como nossas crianças. Vamos dar a elas Amazing Anandas, Pop Star Melodies, motos gigantes, bonecos do Ben 10 ou Wii’s. O que eles pedirem. E recebamos delas sua forma mais feliz de ver o mundo, sua confiança imediata no outro, seus sorrisos frouxos nas situações mais esdrúxulas, a sua capacidade de rir do mundo e, mais importante, de rir de si.
Aristóteles escreveu já faz um tempão: “Ninguém é dono da sua felicidade. Por isso, não entregue sua alegria, sua paz, sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém. Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja”. Só dos nossos, eu completo. Com perdão da aliteração, inove em 2009. Olhe-se de outro ângulo e perceba o que você nunca viu no espelho. Seja mais criança. O Natal é uma época excelente para isso.
Em chinês, o mesmo ideograma significa “crise” e “oportunidade”. O sentido sempre pode ser outro. Seja o sentido dos fatos, da vida, do Natal, de nós mesmos. Basta se deslocar dois graus à esquerda. Feliz Natal.
domingo, 21 de dezembro de 2008
Acabei de ler: : "Outliers, Fora de Série", de Malcolm Gladwell
O que torna algumas pessoas capazes de atingir um sucesso tão extraordinário e peculiar a ponto de serem chamadas de "fora de série"?
Costumamos acreditar que trajetórias excepcionais, como a dos gênios que revolucionam o mundo dos negócios, das artes, das ciências e dos esportes, devem-se unicamente ao talento. Mas neste livro o autor tenta mostrar que o universo das personalidades brilhantes esconde uma lógica muito mais fascinante e complexa do que aparenta. Baseando-se na história de celebridades como Bill Gates, os Beatles e Mozart, Malcolm Gladwell mostra que ninguém se faz sozinho. Todos os que se destacam por uma atuação fenomenal são, invariavelmente, pessoas que se beneficiaram de oportunidades incríveis, vantagens ocultas e heranças culturais. Tiveram a chance de aprender, trabalhar duro e interagir com o mundo de uma forma singular. Esses são os indivíduos fora de série - os outliers.
Para Gladwell, mais importante do que entender como são essas pessoas é saber qual é sua cultura, a época em que nasceram, quem são seus amigos, sua família e o local de origem de seus antepassados, pois tudo isso exerce um impacto fundamental no padrão de qualidade das realizações humanas. E ele menciona a história de sua própria família como exemplo. Além disso, para se alcançar o nível de excelência em qualquer atividade são necessárias nada menos do que 10 mil horas de prática - o equivalente a três horas por dia (ou 20 horas por semana) de treinamento durante 10 anos. Aqui você saberá também de que maneira os legados culturais explicam questões interessantes, como o domínio que os asiáticos têm da matemática e o fato de o número de acidentes aéreos ser mais alto nos países onde as pessoas se encontram a uma distância muito grande do poder.
Gostei, ainda que às vezes seja excessivamente detalhista nos exemplos. Mas o argumento é interessante. Recomendo. Vale uma conversa na cantina da UFAM.