domingo, 4 de janeiro de 2009

Acabei de ler: "O olho da rua", Eliane Brum


Pouca gente sabe, mas quase fui jornalista. Na hora de escolher que curso fazer no vestibular, fiquei entre Jornalismo e Letras, optando pelo segundo. Mas gosto muito do tema "comunicação", que tem sua interface com as Letras pela linguagem.

Por conta desse interesse, comprei, li e gostei do livro "O olho da rua", da jornalista Eliane Brum. Do surgimento de uma vida no meio da Amazônia, pelas mãos de parteiras da floresta, até os últimos 115 dias de vida de uma merendeira de escola em São Paulo. É por este universo que transita a jornalista em seu livro. Essas duas histórias e outras oito presentes na obra, cujo prefácio é de Caco Barcellos, revelam o estilo da autora, marcado pela delicadeza mesmo ao falar sobre temas áridos. Todas foram publicadas em ÉPOCA, mas de forma reduzida. Agora, o leitor terá a oportunidade de conferir os relatos de Eliane na íntegra.

Em "O Olho da Rua", a jornalista inova ao fazer uma reflexão sobre seu trabalho. Para cada reportagem, ela escreveu um texto sobre os dilemas que enfrentou, as escolhas que fez e os erros que cometeu. É um sincero reconhecimento das limitações do jornalismo.

Clique aqui para ler, na íntegra, a reportagem Casa de Velhos, na qual a autora conta a história de moradores de um asilo no Rio de Janeiro. Leia também o making of dessa história, em que Eliane relata por que essa reportagem, especificamente, é especial para ela. "A Casa de Velhos é uma de minhas reportagens preferidas – e é a que mais me dói. Ainda hoje ela dói muito. Porque errei feio."

É o segundo livro de Eliane que leio. O primeiro, A vida que ninguém vê, é uma coletânea de histórias reais sobre a extraordinária vida das pessoas comuns, foi reconhecido com o Prêmio Jabuti 2007, na categoria melhor livro de reportagem. Recomendo ambos.

Um comentário:

Sue disse...

Oi Serginho!
Gostei da dica do livro.

Abraços

Sue